Mesmo que casar e morar junto signifique quase a mesma coisa perante a lei, muitos casais ainda possuem dúvidas na hora de tomar essa importante decisão e se sentem confusos para entender a diferença entre as situações.
“Na prática, não há diferença entre estar casado e morar junto. A diferença está no aspecto psicológico. Para algumas pessoas, o fato de não ter assinado um papel significa que o cônjuge não assumiu o relacionamento perante a sociedade. Um ato sério como este pode não ser considerado tão sério pelos outros, o que é o caso de muitas famílias tradicionais”, explicou a psicoterapeuta de casais Marina Vasconcellos.
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Marina comentou ainda que decidir se unir a alguém não implica necessariamente em organizar uma festa e ter gastos com inúmeros detalhes que fazem parte de um casamento formal. Na opinião dela, o casal pode simplesmente fazer uma viagem para comemorar a união entre si, oferecer um evento apenas para os familiares ou não fazer nada.
“Morar junto já é um casamento. Apenas os gastos com a união são menores. A partir do momento que estão juntos, compartilhando o dia-a-dia, as dificuldades, os prazeres, já formam um casal. Não vejo desvantagem nessa decisão, caso os dois estejam tranqüilos com essa condição. Geralmente quando os filhos chegam é que o casal acaba sentindo necessidade de firmar a união, para evitar qualquer problema de documentação na escola ou a situação do filho saber que os pais não são casados”, opinou Marina.
Segundo a psicóloga Karen Camargo, além da mudança de status social, onde o estado civil é alterado de solteiro para casado, o casamento possui reconhecimento pela sociedade, enquanto o morar junto ainda é hoje um comportamento punido pelos pais, principalmente os mais tradicionais.
“Acredito que um dos maiores desafios do casamento é saber lidar com a rotina e com as características pessoais de cada um. Quando estamos namorando, geralmente os encontros são no final de semana, o casal divide muitos aspectos positivos da vida. Não existe a necessidade de discutir como ambos administram seu dinheiro ou sobre quem é a vez de lavar a louça. Quando um casal passa a morar junto, casando ou não, passam a viver outra realidade, as questões do dia-a-dia passam a ser divididas, como quem paga o quê ou quem fica responsável pelo supermercado”, disse Karen.
Para a psicóloga, a vantagem de morar junto é a maior convivência e conveniência. O casal passa a dividir momentos de intimidade. Ela alerta que morar junto passa a ser um termômetro sobre a continuidade ou não da relação.
Antes de o casal decidir se está pronto para assumir qualquer compromisso, Karen indicou que façam um teste. O casal deve conversar sobre os objetivos de vida de cada um e sobre o futuro do relacionamento e falar sobre planos a longo prazo. Após essa conversa, o casal precisa tomar uma decisão em conjunto e levar a vida adiante a partir de tal opção. Se o casal descobrir que um quer ir pro norte e outro pro sul, é hora de decidir sobre o futuro desta relação.
A publicitária Juliana Gontad, de 26 anos, que mora com o namorado Rogério Mendes, 33, há pouco mais de um ano, explicou que a idéia surgiu depois de muita conversa. “Tudo melhorou. A cumplicidade aumenta muito, o que torna a relação mais intensa”, comentou Juliana. Para ela, não há diferença de comprometimento entre morar junto e casamento. “Talvez um dia a gente efetive a união por motivos burocráticos, dizem que em algumas situações é vantagem estar casado no papel. Mas seria só por isso”, completou.
Adepta ao estilo mais tradicional, a fisioterapeuta Mônica Medeiros, 30 anos, que está casada há três anos com o fisioterapeuta Leandro de Souza Reina, 30, achou que o melhor seria se o casamento fosse oficializado e as alianças trocadas. “Quando não há compromisso oficializado, o casal se separa com mais facilidade em momentos de briga. É mais fácil abrir mão e voltar para a casa dos pais”, desabafou.
O diálogo continua sendo a melhor solução para os casais que ainda estão em dúvida entre morar junto ou casar. A dica da psicoterapeuta Marina é investir na relação. “Não é fácil casar ou morar junto, posto serem duas pessoas diferentes, com educações distintas e muitas vezes valores conflitantes, histórias de vida totalmente diferentes, de repente passarem a dividir uma vida juntos. Precisamos aprender a respeitar as diferenças e tirar o melhor proveito delas. A convivência a dois é o retorno de nossas atitudes. Se soubermos aproveitar essa oportunidade, só temos a ganhar no casamento”, finalizou.
Serviços:
Karen Camargo
Psicóloga
(11) 3758-5642
Marina Vasconcellos
Terapeuta de jovens, adultos, casais e famílias
(11) 3862-8064