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segunda-feira, dezembro 9, 2024
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    Abusos

    É comum entre meus interagentes o relato da crença “se estou em um relacionamento estável e tenho vida sexual ativa com meu parceiro, devo satisfazê-lo como forma de honrar o relacionamento e ao meu parceiro”.

    É necessário esclarecer que todo ato sexual, palavras, toques ou outros, com a intenção de intimidade, não consentidos por você, estando ou não, em um relacionamento amoroso duradouro, é considerado abuso.

    Isso te soa familiar? Já vivenciou ou conhece alguém que vivenciou uma situação assim?

    Já ouviu frases de suas avós ou mãe que parecem crenças que você carrega?

    Frases como:

    “O que acontece entre quatro paredes, fica entre quatro paredes.”

    “É melhor satisfazer o seu marido antes que ele busque fora do casamento.”

    “Homem é assim mesmo, se ficar sem sexo, fica irritado.”

    “Se eu fizer tudo o que ele quer na cama, ele não vai me trair.”

    Entre outras frases comuns que refletem a crença de que a mulher deve estar sempre compassiva aos desejos do companheiro, para acalmá-lo ou para evitar que ele a traia.

    Você reconhece algumas dessas crenças em você ou similares?

    Então vamos refletir: todo ser humano, homem ou mulher, deve adquirir o autoconhecimento para buscar ser a melhor versão de si mesmo, ao invés de agregar este papel ao seu companheiro ou companheira.

    Você não é responsável pelas atitudes do outro, apenas ele mesmo o é. Se o outro possui uma índole duvidosa, sua postura na cama não afetará o outro a ponto de promover a mudança esperada. Cada ser só muda por vontade própria.

    A personalidade de cada ser é gerada nos primeiros sete anos de vida. Elas estão atreladas às vivências e exemplos obtidos neste período da infância. Incluindo as crenças limitantes carregadas dos pais.

    Portanto, conheça a si mesma e mude a si mesma. Pois através dessa mudança você se fortalece a fim de fazer melhores escolhas, protegendo-se e ajustando o que necessário for através de atitudes que fortaleçam o seu amor próprio e por ressonância, possam impactar o companheiro, de forma indireta. Assim ocorrem reais mudanças.

    Quando não buscamos resolver o que nos incomoda, principalmente no corpo emocional, como a falta de paciência, intolerância, alteração no tom de voz, violência verbal, dependência emocional, medo de estar só, medo de não constituir família, medo de não ser aceita ou reconhecida, medo de dizer não, dar importância maior ao que o outro pensa, do que ao próprio sentimento e intuição, entre outros gatilhos que podem ser percebidos como porta de entrada para a aceitação de abusos dentro de um relacionamento a dois.

    Como perceber o abuso e lhe posicionar-se para que não se repita? Auto-observação constante: como me sinto quando meu companheiro toma uma atitude? Eu me sinto reprimida ou à vontade? Eu me sinto alerta ou amada? Gostaria que se repetisse ou que ele mudasse o comportamento?

    Através da observação constante de seus sentimentos no dia a dia, você pode perceber o que está invisível no relacionamento e ajustar através de uma conversa sincera, onde se pode pontuar os atos que lhe incomoda, para que então, como forma de demonstrar o que lhe causa mal estar, possa ser modificado na atitude do outro ou de ambos

    Esteja também aberta para que o outro tem a te dizer. Permita que ele diga como se sente e o que busca ou espera do relacionamento, para que possa avaliar se ambos os sentires estão coerentes. Ouça com atenção. Caso perceba que o outro demonstra não importar-se ou insiste na atitude, diga-lhe não, na hora em que a atitude estiver ocorrendo. Repita o gesto de negação sempre que ocorrer.

    Um relacionamento saudável é aquele formado por pessoas que se amam, se importam mutuamente com o outro e se respeitam, tudo que for contrário a esta afirmativa deve ser refletido em prosseguir.

    Lembre-se sempre que o amor próprio é o primeiro amor que devemos cultivar antes de amar o outro. Se não conseguimos amar a nós mesmas, não conseguiremos amar o outro.

    O amor que doamos é o que transborda em nós primeiro e assim sendo, só quando transborda é que temos o suficiente para doar ao outro.

    Precisa de ajuda? Escreve para mim, vamos olhar para você e seu relacionamento a dois.

    Um abraço com carinho,

    Raquel Toledo

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