Amor eterno: o casal Walter Toledo e Wilma Guimarães se conheceram muito jovens. Ela trabalhava em uma lanchonete com a mãe e ele tinha acabado de voltar da Segunda Guerra Mundial, onde trabalhou como eletricista. Eles se apaixonaram a primeira vista. Walter tinha 24 anos e Wilma 18.
Como conta o casal, o namoro da década de 1960 era muito diferente de atualmente, pois os namorados só tinham permissão para conversar e passear com a presença de algum integrante da família.
Quando Toledo comprou as alianças, foi até a lanchonete onde a mãe de Wilma trabalhava para pedir a mão dela em casamento. Somente após a permissão, o casal contou sobre o compromisso aos amigos e familiares.
Durante o período dos preparativos para o casamento, Wilma encontrou um ex-namorado que insistiu em ser convidado para a cerimônia. A família da moça começou a acreditar que o ex seria capaz de fazer alguma coisa contra os noivos. Devido a isso, o casal resolveu não distribuir convites e realizar a cerimônia civil e religiosa na cidade de Aparecida do Norte, SP, com um almoço para os amigos e familiares.
“O casamento foi na Igreja Nossa Senhora Aparecida e a lua de mel foi em São Paulo. O que não esqueço é que paguei todas as despesas para o meu padrinho, como hospedagem e alimentação, e nem sequer recebi um presente de casamento”, lembrou Toledo.
O vestido da noiva foi de cetim branco e o buquê de flores naturais em formato de cascata. A tiara de flores de laranjeiras prendia um véu curto com três camadas. O traje tradicional combinava com a igreja, decorada com rosas brancas.
Passados 54 anos do enlace, o casal relembra a festa de Bodas de Ouro, realizada pela família e o sucesso da relação, que gerou três filhos, seis netos e dois bisnetos.
Indagados sobre o segredo de manter um casamento por tanto tempo, Wilma enfocou a importância de ter paciência para superar as dificuldades e aconselhou os casais a se respeitarem.
– Para se casar é preciso amar. Para ser feliz, não se pode deixar a rotina acabar com o relacionamento. É necessário paciência para tolerar o outro. Se o Walter não gostasse de rotina, ele não aguentaria, pois eu cuido da casa e cozinho todos os dias. Mas faço isso porque eu gosto, eu adoro cozinhar – concluiu Wilma.
O casal mostra que os relacionamentos podem ser duradouros, desde que exista amor e respeito. Um exemplo para os noivos e recém-casados, que estão iniciando uma nova fase no relacionamento. Na vida real é possível um casal permanecer unido até o fim da vida e ser feliz para sempre.
*Matéria escrita por Vanessa Guimarães em 2008