Todos nós temos expectativas em relação ao outro, às suas atitudes, aos seus pensamentos e às suas escolhas de vida. Será que nós paramos para refletir que nós tomamos essas mesmas atitudes conosco e com o outro?
Qual foi a última vez que você se presenteou com algo que ama ou que te faz sentir radiante? Quando você compra um presente para si, você fala ao vendedor para embrulhar a embalagem mesmo sendo para você mesmo? O quanto no dia a dia você tira um tempo para fazer o que ama, pela vontade de se sentir feliz, independente do que o outro dirá?
Antes de cobrar, devemos fazer esse algo conosco, pois o outro sempre será reflexo de nosso amor próprio e do que estamos vibrando. Esperar que o outro supra as nossas necessidades é errôneo, pois o papel do outro em uma vida a dois não é completar a parte que nos falta, é somar, agregar e ressoar ao que já possuímos dentro de nós!
O amor próprio bem cultivado é como uma planta frutífera em constante crescimento e renovação. Quando não o cultivamos, abrimos portas para dúvidas dentro do relacionamento, que por vezes, inexistiriam, caso você estivesse cumprindo o próprio papel em autoconhecer-se e amar-se.
Eu sei que pode ser desafiador esse tema, mas o que proponho nesta edição serve para reflexão contínua em sua vida e nas suas escolhas. Todos nós somos auto responsáveis pelas manifestações que surgem no decorrer de nossas vidas. Os fatos que nos propõem desafios são propositais mediante ao que necessitamos desenvolver em nossa essência. Por incrível que pareça somos nós que escolhemos essa jornada, às vezes, na minha opinião, muito antes de nascer.
Eu não acredito em acasos e nem em destino certo e já composto. A física quântica nos revela através de diversos estudos a compreensão de que somos energia em expansão e tudo ao nosso redor ressoa conosco, proporcionando a experiência ao qual chamamos de vida. Assim sendo, aqui compartilho com vocês leitores, um pouco da minha experiência, entre os atendimentos de seres humanos e animais, em compreensão de suas consciências mediante ao universo de escolhas vivenciadas.
Quando você observar que existe um pensamento de que uma pessoa deve suprir as necessidades da outra, comunique a sua observação ao outro e observe a sua reação. A seguir pergunte qual é a necessidade daquela pessoa e observe se combina com a sua em algum âmbito. Você pode se surpreender com as respostas.
O mesmo vale para pensamentos como: “Eu sou menos”, “O outro não me ouve, vê ou valoriza”, “O outro deveria fazer ou dizer coisas para mim”, “O outro deveria tomar a iniciativa pra diversas questões”. Essas e outras afirmações são provenientes de julgamentos que quando observados com o olhar de aprendizado, podem dizer muito ao ser pensante.
Faça-se perguntas. Por que eu me sinto assim comigo ou com o outro? Por que o outro deveria agir mediante à minha expectativa? O que eu busco suprir em mim buscando essa atitude? Se eu sei que não possuo controle sobre o outro, apenas sobre mim, como posso me sentir melhor suprindo minha própria expectativa? O que preciso ajustar em mim que proporcionará conforto sem interferir no outro? Eu me sinto reconhecida(o) e amada(o) pelo meu pai e pela minha mãe (independente de tê-los conhecido ou convivido com eles)?
Na maioria das vezes, se abrir, reprogramar as crenças limitantes geradas na infância – seja pela cobrança dos pais, do ambiente, de bulling, no trabalho, em outros relacionamentos – pode resolver a insistência de pensamentos como esses. Em outros casos, uma simples conversa sincera com o seu par e a comunicação de suas necessidades faz com que o seu par consiga compreender como agir com você e como pode oferecer o melhor de si mesmo na relação a dois que se desenvolve.
Lembre-se sempre de que o outro só é capaz de doar a você aquilo que ele possui, seja porque aprendeu ou herdou de forma genética ou por desenvolver em sua essência. Ninguém dá aquilo que não possui, então, primeiro é necessário compreender a si e ao outro, naquilo que possui e naquilo que está disposto a desenvolver em si próprio e em conjunto.
É importante enxergar a chance de compreender antes de soltar o remo da situação. Às vezes as situações exigem paciência, tolerância e boa vontade para se chegar a uma conclusão que não seja precipitada.
É importante lembrar que os pensamentos vão e voltam, para nos auxiliar à reflexão de nós mesmos mas o que fica são as atitudes. Essas são as conclusões de nossos aprendizados e mesmos essas, podem ser modificadas com novas e melhores atitudes.
Somos todos seres em aprendizado continuo e constante, compreendendo que um ato de gentileza gera outro ato de gentileza e toda ação terá uma reação, mediante as nossas escolhas.
Eu espero que possamos fazer melhores e prósperas escolhas todos os dias, rumo a reforma interior, na compreensão de nossa imperfeição, da desnecessidade do controle do outro, do desenvolvimento do amor incondicional e da busca pela própria verdade em ressonância com a verdade do outro, como casal.
Você precisa de ajuda nessa jornada de autoconhecimento na vida a dois? Escreva para mim e vamos falar sobre um tema que você tenha dificuldade.
Desejo uma linda e próspera vida a dois a vocês leitores.
Um abraço com carinho,
Raquel Toledo