É comum nós termos expectativas em relação ao outro, sobre as suas atitudes, os seus pensamentos e as escolhas na vida a dois e para além dela.
Quando é que nós paramos para refletir o quanto nós mesmas(os) tomamos as mesmas atitudes conosco e com o outro?
Qual foi a última vez que você se presenteou com algo que ama ou que te faz sentir radiante? Quando você compra um presente para si mesma(o) e o vendedor pergunta se é necessário embrulhar, você diz que sim ou que não precisa, pois é para você? O quanto no dia-a-dia você tira um tempo para fazer o que ama pela simples vontade de fazer, para se sentir feliz, independente do que o outro dirá ou pensará a seu respeito?
Mahatma Gandhi uma vez disse que “Felicidade é quando o que você pensa, o que você diz e o que você faz estão em harmonia”. Antes de cobrarmos do outro que faça algo para nós, devemos fazer este mesmo algo conosco e observar como nos sentimos. O outro sempre será reflexo de nosso amor próprio e do que estamos vibrando por dentro. Esperar que o outro supra nossas necessidades é errôneo, pois o papel do outro em uma vida a dois não é completar a parte que nos falta e sim somar, agregar, ressoar, ao que já possuímos dentro de nós!
Essa verdade é refletida não apenas no relacionamento amoroso mas com todos os nossos relacionamentos, pois são sempre espelhos pela Lei da Sincronicidade e Lei da Atração, a nos trazer aprendizados sobre o que necessitamos modificar ou ajustar.
O amor próprio bem cultivado é como uma planta frutífera em constante crescimento e renovação. Quando nós não o cultivamos, abrimos as portas para as dúvidas dentro do relacionamento que por vezes inexistiriam, caso estivéssemos cumprindo o papel em se conhecer e se amar.
Eu sei que pode ser desafiador este tema mas o proponho nesta edição para reflexão continua de sua vida e escolhas apresentadas. Nós somos todos autorresponsáveis pelas manifestações que surgem no decorrer de nossas vidas. Os fatos que nos propões desafios são todos propositais mediante ao que necessitamos desenvolver em nossa essência e por incrível que pareça, somos nós que escolhemos essa jornada, às vezes, muito antes de nascer.
Eu não acredito em acasos e nem em destino certo e já composto. A física quântica nos revela através de diversos estudos a compreensão de que somos energia em expansão e tudo ao nosso redor ressoa conosco, proporcionando a experiência ao qual chamamos de vida.
Assim sendo, aqui compartilho com você leitora e leitor, um pouco da minha experiência, entre os atendimentos de seres humanos e animais, mediante ao universo de escolhas vivenciadas.
Portanto, quando houver o pensamento de que: “o outro não supre uma necessidade minha”, comunique esta necessidade ao outro e observe sua reação. Em seguida, pergunte qual a necessidade do outro e observe se ressoa com a sua em algum âmbito. Você pode se surpreender com a resposta.
O mesmo vale para pensamentos como: “eu sou menos”, “o outro não me ouve, vê ou valoriza”, “o outro deveria fazer ou dizer tal coisa para mim”, “o outro deveria tomar iniciativa pra tal questão”. Essas e outras afirmações são provenientes de julgamentos que quando observados com o olhar de aprendizado, podem dizer muito ao ser pensante, pois está com a observação ativa, na presença.
Pergunte a si mesma(o): por que eu me sinto assim comigo ou com o outro? Por que o outro deveria agir mediante a minha expectativa? O que eu busco suprir em mim, buscando esta atitude do outro? Como posso me sentir melhor, suprindo minha própria expectativa? O que preciso ajustar em mim, que proporcionará conforto sem interferir no outro? Eu me sinto reconhecida, amada e vista pelo meu pai e pela minha mãe (independente de tê-los conhecido ou convivido com eles)?
Na maioria das vezes abrir o coração e permitir-se ao diálogo franco ou reprogramar as crenças limitantes geradas na infância, pela cobrança dos pais, do ambiente, de bullings, no trabalho, em outros relacionamentos, pode resolver a insistência de pensamentos como estes. Em outros casos, uma simples conversa sincera com seu par e a comunicação de suas necessidades faz com que ele consiga compreender como agir com você e como pode dar o melhor de si mesma(o) na relação a dois que se desenvolve.
Lembre-se sempre de que o outro só é capaz de doar a você aquilo que ele possui e vice-versa. Seja porque aprendeu ou herdou de forma genética ou desenvolvida por sua essência. Ninguém doa aquilo que não possui. Então, primeiro é necessário compreender a si e ao outro, naquilo que possui e no que está disposto a desenvolver em si próprio ou em conjunto.
É importante se dar a chance de compreender antes de soltar o remo da situação e às vezes exige paciência, tolerância e boa vontade, outras resiliência, humildade e amorosidade para se chegar a uma conclusão que não seja precipitada.
É importante lembrar também de que os pensamentos vão e voltam, para nos auxiliar a reflexão de quem verdadeiramente somos: a essência que aprende dentro deste corpo físico humano mas o que fica são as atitudes. Essas são as conclusões de nossos aprendizados e mesmos estas, podem ser modificadas com novas e melhores atitudes.
Assim como nossos músculos podem ser desenvolvidos na academia, nosso cérebro pode também ser “turbinado” através de práticas meditativas e de autorreflexões. Somos todos seres em aprendizado continuo e constante, compreendendo que um ato de gentileza, gera outro ato de gentileza e toda ação terá uma reação, mediante nossas escolhas.
Então, que possamos fazer melhores e prósperas escolhas todos os dias, rumo a reforma interior, na compreensão de nossa imperfeição momentânea, da desnecessidade do controle do outro, do desenvolvimento do amor incondicional e da busca pela própria verdade em ressonância com a verdade do outro, como casal. Para que o resultado seja a melhor versão de cada um de nós, em soma com a melhor versão de um relacionamento amoroso e satisfatório verdadeiramente para ambos.
Precisa de ajuda nesta jornada de autoconhecimento na vida a dois? Então escreve para mim e vamos falar sobre um tema que você tenha dificuldade.
Desejo uma linda e próspera vida a dois a você.
Um abraço com carinho,
Raquel Toledo
