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segunda-feira, setembro 16, 2024
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    O amor como ferramenta de desenvolvimento

    Você já disse que se ama hoje? Você já disse um “eu te amo” hoje para o seu companheiro ou companheira? Após dizer você percebeu como se sente com essa ação? Quais são os pensamentos e sentimentos que te vem à tona?

    É comum acharmos que o amor é um sentimento expresso em um relacionamento de forma natural e mútua, porém, pouco paramos para pensar o que amar significa.

    Ouvimos de nossos pais e avós sobre o que significa o amor e o casamento através de suas experiências e formamos em nossa infância uma imagem do que seria também para nós, através de expectativas para com o outro. Nós de fato aprendemos o amor como o recebemos de nossos pais e familiares.

    Seja através de afeto (como abraços e beijos), seja nos cuidados do dia-a-dia, no preparo de nosso alimento, no incentivo de nossos estudos, nas broncas e nas atitudes de compaixão com os nossos erros e acertos. Assim aprendemos o significado desse sentimento, ou seja, cada ser humano possui uma forma de reconhecer o que é o amor.

    Cada um de nós possui uma experiência única de expectativas e vivências com os pais e familiares, cada um de nós tem uma personalidade diferente e diversas formas de lidar com as situações que são apresentadas.

    Por essa razão quando uma pessoa diz “eu te amo” pode ter muitos significados diferentes, pode ser mais do que uma simples expressão do que se sente pelo outro, de forma inconsciente.

    Certa vez, durante uma sessão de terapia intuitiva animal, a tutora pediu-me para perguntar à consciência do seu cão o que era o amor na visão dele. Visto que os animais são seres em corpos distintos do seres humanos, que embora também sejamos animais, possuímos desafios cognitivos distintos, mais complexos, devido o corpo ao qual habitamos. Os animais estão no aprendizado do desenvolvimento emocional, então fiquei curiosa com a resposta. Ela veio assim: “Eu a amo porque ela existe. Esse simples fato torna a minha vida feliz e com sentido”. Mostrando-me em seguida imagens de momentos em que estavam juntos, onde os sentidos corporais mais ativos, como o olfato e a audição, aguçavam o prazer em sentir a presença do outro e a satisfação na própria vida em si. O que em nós humanos, por vezes passa-se sem perceber, em meio a tantas percepções aos quais somos turbinados e quando a mente se comporta de forma falante. Nós quase não percebemos nossos sentidos de forma ativa.  

    Compreendi naquele dia o significado do tão falado amor incondicional e a desnecessidade de avaliar a conta bancária, a profissão, o status, a cor da pele, a quantidade de seguidores nas redes sociais e tantos outros fatores que possam ser julgados como condições para se amar alguém, de forma consciente ou inconsciente. Nós não somos nada disso, somos a essência, por trás de todas essas máscaras que adquirimos e por vezes chamamos de eu.

    Quando percebemos esse olhar sobre o amor nos aproximamos mais da forma genuína do que ele de fato é, podendo praticá-lo com compaixão, sinceridade, verdade, vulnerabilidade, maior compreensão e sem julgamentos.

    O amor é um sentimento gerado através de uma conexão com outro ser, seja de que espécie ele for e no tema em questão, seu companheiro ou futuro marido.

    Observe nas entrelinhas o amor que é expresso em si mesmo e no outro. Por ser um sentimento sutil ele pode muitas vezes não ser expresso em palavras mas em pequenos detalhes, como na simples companhia e presença de quem te aquece o coração ao se aproximar, gerando bons sentimentos e pensamentos.

    O amor pode ser expresso através de um olhar vulnerável e sincero em que a fará sentir segura, em um sorriso, um abraço que aquece o coração, uma atitude altruísta de gentileza, na preocupação com você, em um telefonema, em ceder-lhe o lugar, em lavar a sua louça, em oferecer-lhe uma massagem ou chá quente em um dia difícil. Ouvidos abertos e atenção plena.

    O amor verdadeiro é expresso pela satisfação em estar na companhia do outro, mesmo em silêncio, aquela presença que te faz bem e te nutre simplesmente porque existe na sua vida. Quando percebemos isso, qualquer condição para amar, cai por terra. Nós percebemos que o amor é simples e não necessita de condições, pois ele é, por si só, o aprendizado mais valioso da Terra que aprendemos vigorosamente.

    Quando iniciamos um relacionamento, o amor se expressa de forma mais intensa e ativa junto a uma vida sexual, que pode ser confundida com amor, porém, com os anos, a vida sexual se torna menos frequente, de forma proposital, a nos mostrar que ela é necessária para os aprendizados sobre a troca emocional e energética com seu companheiro.

    Depois o casal entra na fase da individualidade e de outras partilhas. É aí que muitos casais confundem essa fase com a falta de interesse conjunto. Isso não é o que de fato acontece. Apenas a forma de expressão do amor muda e por vezes, não há uma compreensão desse fato.

    As mídias sociais mostram que o amor é outra coisa, mas o fato é que em um corpo físico humano, sofremos influências constantes e desequilíbrios causados por: hormônios, necessidades básicas não supridas (sono, fome, sexo, esvaziar a bexiga e os intestinos completamente, socialização, pisar descalço, pegar sol e etc), influências energéticas (captação de fractais de sentimentos e pensamentos de outros), crenças limitantes em nossa programação e tantos outros fatos que posso citar, sem contar as influências externas das telas em conteúdos que nos bombardeiam diariamente a todo instante e são permitidos por nós (e sem perceber, se tornam parte de sua programação mental, te oferecendo noções de “certo” ou “errado”).

    São necessárias reflexões constantes, como as que citei no início do texto, para adquirir autoconhecimento. Através dele é possível identificar como se sente e o que busca, compreendendo e sendo capaz de usar esta ferramenta para obter uma digestão emocional eficiente, restando apenas o sentimento claro e puro, ao qual chamamos de amor.

    O amor não muda, o que muda é o ser humano. Somos seres mutáveis, em constante aprendizado e por assim ser, necessitamos de estímulos, internos e externos, de uma vida social e de ter uma vida prazerosa para sentirmo-nos amados e capazes de amar. Esse sentimento é a ferramenta mais poderosa que existe, pois sendo reconhecida e trabalhada a seu favor pode se tornar o mais valioso aprendizado para absolutamente tudo o que necessita em sua vida.

    Através do desenvolvimento do amor em sua essência desenvolvemos a compaixão, o prazer pelo altruísmo, enxergamos nossa vulnerabilidade como algo positivo, diminuímos os julgamentos e atos movidos pelo ego, nos tornamos seres melhores e menos conectados às aparências e as cascas ocas e mais conectados à essência de cada ser e à ressonância harmônica que nos nutre em conjunto.

    Permita-se questionar. O autoconhecimento vem através das perguntas que fazemos e não das respostas encontradas. Prossiga a se questionar e a nunca desistir de encontrar o amor. Ele não está no outro, está dentro de cada um de nós. O outro é apenas reflexo do que existe em nós.

    Um abraço com carinho,

    Raquel Toledo
    Terapeuta holística de humanos e animais

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